"Aqui se respira Lucha"
Por Erick Dau, Francisco Proner, Thiago Dezan.
Em dezembro de 2019, depois de uma disputada eleição presidencial, a Bolívia sofreu um Golpe Militar quando os resultados das urnas mostraram que Evo Morales estava eleito para um terceiro mandato a frente do país. Apesar da diferença maior que 10% para o segundo colocado nas eleições - requisito das leis bolivianas para que não haja segundo turno - a direita boliviana se organizou com agentes internacionais para demandar a realização de um segundo turno, lançando o país em uma instabilidade que o povo boliviano não conhecia havia mais de uma década.
O movimento golpista, resquício dos golpes e ditaduras latino-americanas do século passado, empregou todas as suas forças para contestar a validade do processo eleitoral enquanto criticava duramente a democracia do Estado Plurinacional boliviano. Com a renúncia forçada de Evo, deu-se início a um violento processo de perseguição política aos partidários de Evo e políticos do MAS. O governo de transição autoritário e fundamentalista cristão substituiu o projeto de Estado Plurinacional perseguindo minorias étnicas. Conflitos se espalharam por todo o território resultando em massacres com dezenas de mortos e centenas de feridos.
Depois de quase um ano de instabilidade e receio entre as maiorias indígenas do país, o projeto golpista foi duramente derrotado nas urnas, em uma eleição marcada por uma forte polarização, mas também por um silêncio e uma espécie de calma que só podem ser compreendidos a partir da história recente do país - ganhar as eleições não significa, necessariamente, eleger um presidente. As massas bolivianas comemoram agora a merecida vitória. Após um ano de ditadura golpista, o MAS volta ao poder pelas mãos do povo da Bolivia.